Jornal Folha de Atibaia
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Na última sessão da Câmara (6 de março), o vereador Daniel da Rocha Martini explanou acerca da necessidade do Governo do Estado em dar atenção aos municípios, como Atibaia, que possuem bacias hidrográficas que fornecem água para a capital paulista e que hoje sofrem, não apenas por falta de água, mas também por conta das enchentes.
“Quando a Sabesp conseguiu a outorga para concessão de exploração do sistema Cantareira, ela tinha uma série de obrigações a serem cumpridas para que pudesse utilizar a água da nossa região e transportar para São Paulo. A partir do momento que o governo começou a construir as represas, o leito do rio, a jusante, naturalmente começou a diminuir, causando diversos danos ambientais”, explicou.
Segundo o vereador, por conta dessa redução das margens do Rio Atibaia, no final da década de 70, o Poder Público aprovou a construção de loteamentos em áreas próximas ao Rio Atibaia, como por exemplo hoje os bairros Jd. Kanimar, Parque das Nações, Terceiro Centenário, Parque dos Coqueiros, entre outros. “Todos sabem que uma hora a natureza cobra o que era dela. Portanto, todas essas enchentes ocorridas nos últimos anos em Atibaia são decorrência não apenas da construção das represas, mas principalmente do governo ter aprovado a construção destes loteamentos”, afirmou.
Daniel Martini também apontou a construção da obra da Sabesp, inaugurada no último final de semana (3), que liga as represas Jaguari-Atibainha: “não sou contra esta importante obra. Mas temos que lembrar que há mais de 7 anos o governo fez um estudo sobre os problemas dos alagamentos nas margens do rio Atibaia e estimou que 95 milhões de reais seriam necessários para resolver, inclusive, os problemas de desapropriação de casas dos moradores afetados pelas enchentes, porém até hoje estas obras não foram iniciadas. Em contrapartida, o governo consegue financiamento de meio bilhão de reais para esta outra obra”.
“Mais uma vez o Governo do Estado perde a oportunidade de cumprir com seu dever, tratando a nossa região com descaso, já que não temos força política o suficiente para irmos de encontro a estes problemas. Necessitamos, principalmente, de representantes políticos nos âmbitos federal e estadual que realmente se importam com a nossa região”, concluiu Daniel.
