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AGOSTO DOURADO

O mês de agosto é dedicado à intensificação das ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, ficando conhecido como “Agosto Dourado”.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o leite materno é o único alimento capaz de sanar todas as necessidades de um bebê, justamente por conter proteínas, carboidratos, gorduras, anticorpos, entre outros, que auxiliam no desenvolvimento da criança e ainda reduzem a taxa de mortalidade infantil, já que bebês prematuros que são alimentados com o leite materno acabam tendo maiores chances de recuperação, além de grandes benefícios no desenvolvimento neurológico, cardíaco, pulmonar e gastrointestinal.

O Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) selecionou 31 artigos publicados recentemente, os quais demonstram a importância do aleitamento materno. Abaixo segue alguns deles e no site da SBP é possível ler todos na integra:
– Revisão sistemática conduzida pela Cochrane reforça a atual recomendação internacional de aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado com alimentos até os 2 anos ou mais;

– Recomenda-se iniciar a amamentação o mais precocemente possível e estimular o aleitamento materno exclusivo, nos casos de icterícia neonatal, mesmo durante fototerapia;

– O leite materno é cada vez mais reconhecido como a primeira vacina dos lactentes;

– O leite humano tem imenso potencial na prevenção de grande parte das doenças alérgicas;

– A amamentação pelo menos nos 3 primeiros meses pode reduzir a hospitalização de crianças por doenças infecciosas, mesmo em países desenvolvidos;

– A amamentação é uma boa medida para reduzir a dor dos recém-nascidos quando submetidos a procedimentos dolorosos de pequeno porte;

– O aleitamento materno parece ser um fator protetor contra a recorrência de crises de enxaqueca em mulheres portadoras de enxaqueca antes da gestação;

– A amamentação por seis meses ou mais pode prevenir 14% a 19% dos casos de leucemia infantil;

– Aleitamento materno é um fator de proteção contra a otite média na infância;

– Crianças amamentadas tem risco 35% menor de ter diabetes tipo 2 e 13% menor de ter sobrepeso/obesidade;

– A presença dos pais nas UTI neonatais e o envolvimento no cuidado dos seus filhos prematuros apresenta impacto positivo na amamentação.

Existe a possibilidade de mulheres que amamentam doarem para os bancos de leite. Toda mulher que amamenta é considerada uma possível doadora, basta estar saudável e não tomar nenhum medicamento que interfira na qualidade do leite. Quem estiver amamentando e quiser doar deve procurar o banco de leite mais próximo ou ligar para o número 136 que é do Disque Saúde para receber maiores informações.

Os bebês nascidos abaixo de 29 até 34 semanas são considerados prematuros, podendo ficar internados até seu completo desenvolvimento. E são para estes bebês que os bancos de leite existem, justamente porque eles precisam de um cuidado mais do que especial. Cada litro de leite doado pode alimentar e salvar até dez bebês prematuros em um único dia.

Não há quantidade mínima para doar, já que toda doação é importante, além de não existir leite fraco, sendo esse o maior mito relacionado com o aleitamento. Lembrando ainda que quanto mais estímulo, maior a produção de leite da mãe, portanto, a doação não causa nenhum prejuízo para amamentação de seu filho, muito pelo contrário, só aumentará sua produção.

Infelizmente por diversos motivos, sejam eles fisiológicos, sociais ou emocionais, o aleitamento é prejudicado ou cessado impedindo que algumas mulheres consigam realizar a amamentação como gostariam. As emoções afetam a lactação por meio de mecanismos específicos, já que os hormônios do estresse inibem a ação dos hormônios responsáveis pela produção e descida do leite. É importante que a mãe não se culpe e que as pessoas próximas a ela não a julguem e sim, apoiem e fiquem ao seu lado dando carinho e atenção.

 

Maria Júlia Sieburth
Biomédica – CRBM 32331
Especialista em Biologia Molecular, Imagenologia e Patologia Clínica
Docente em cursos Técnicos de Análises Clínicas, Estética, Química e Radiologia
mjsieburth@gmail.com

 

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