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PERDA DO OLFATO E DO PALADAR PELO CORONAVÍRUS

Os cinco sentidos, que estão relacionados com a percepção do meio interno e externo, são o olfato, paladar, visão, audição e tato. O meio interno e o externo proporcionam uma grande variedade de sensações, que são percebidas graças ao nosso sistema nervoso e aos nossos órgãos dos sentidos.
Um dos sintomas comuns do covid, é a Anosmia, que é a perda do olfato, que normalmente costuma vir associada com a Ageusia, que seria a perda do paladar. Essa relação se dá porque nosso paladar está em sua maior parte ligado ao nosso olfato.
Dentro de nossa cavidade nasal localiza-se um nervo chamado olfatório que é responsável pelos cheiros que sentimos e identificamos. Este nervo é acometido pelo vírus do covid, que acaba o inflamando e assim prejudicando seu funcionando. Muitas vezes, quando a doença acaba, sua função volta ao normal, porém temos observado que infelizmente uma grande parte da população acabou ficando com sequelas, ou seja, as “lesões” do nervo tornaram-se permanentes e com isso, as pessoas não sentem mais os cheiros e os gostos como deveriam.
Pode ocorrer também a Parosmia, quando a pessoa volta a sentir os cheiros, mas eles vêm trocados, por exemplo, a pessoa cheira um chocolate, porém sente o cheiro de gasolina. Existe ainda a Fantosmia, que é quando a pessoa sente cheiros que não existem, como por exemplo, o cheiro de queimado, sem ter nada queimando. Esses processos podem ocorrer porque o nervo não realiza a ligação correta com os receptores adequados ou ainda porque se ligam a receptores que não realizam os estímulos adequados.
É fundamental realizar a reabilitação dos sentidos, porque pode parecer bobagem, mas ficar sem sentir os cheiros e gostos dos alimentos causa diversos problemas, entre eles, a depressão.
Existem corticoides nasais que são indicados para esses quadros já que ajudam na recuperação do nervo olfatório, melhorando essas condições. Além disso existe também a fisioterapia olfatória, que é muito importante e essencial para que o paciente consiga se restabelecer. Basicamente será ofertado diversos cheiros, entre fortes e fracos, para que seja estimulado o funcionamento do nervo. Converse com seu otorrino de confiança e realize o melhor tratamento para seu quadro clínico.
Um bom exercício que todos podem realizar em casa é o treinamento da capacidade olfatória, estimulando assim esse importante sentido. Por exemplo, cheire um perfume que te traga boas lembranças, assim irá estimular seu nervo a funcionar. Sinta o cheiro de sua comida favorita, coloque na boca e tente se recordar do sabor desse alimento. Não adianta apenas cheirar e/ou pensar, a pessoa tem que se concentrar e tentar lembrar e correlacionar suas memórias com aquele cheiro e sabor.
Outro exercício caseiro que pode ajudar é cheirar uma pequena porção de mel, café, cravo, álcool, vinagre, pasta de dente sabor menta, e alguns outros produtos que ajudem a reavivar as memórias e a estimular sua capacidade olfatória. Cheire por pelo menos 10 segundos cada um desses produtos, com um intervalo de pelo menos 15 segundos entre eles, por pelo menos duas vezes ao dia.
Com esses treinamentos olfatórios ocorrerá um estimulo que irá favorecer o funcionamento dos ramos do nervo olfatório. A completa reestabilização funcional demora um tempo logicamente, não ocorrerá do dia para noite, porém já é um começo.

Maria Júlia Sieburth
CRBM 32331
Especialista em Biologia Molecular, Imagenologia com ênfase em TC e Patologia Clínica
Especialista em Anatomia e Patologia Associada
Pós-graduada em Docência do Ensino Superior
Docente dos cursos técnicos em Análises Clínicas, Enfermagem, Estética, Química e Radiologia
mjsieburth@gmail.com

 

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