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FORMAÇÃO DAS CASQUINHAS DOS MACHUCADOS

Toda vez que ocorrem cortes e sangramentos na superfície de nossa pele é iniciado um processo de cicatrização. Independente do tamanho do machucado, esse processo sempre ocorre. A casquinha que se forma serve como proteção da pele enquanto ela é reparada. Lembrando que quanto maior e mais profundo o ferimento, mais demorado pode ser este processo.
Sua formação consiste nas seguintes etapas:

1ª- Se a lesão rompe as camadas superiores da pele (profundidade média de +/- 4 mm), os vasinhos ali presentes acabam sendo “cortados” e assim começa a sangrar. Um dos componentes do sangue, as plaquetas, se depositam na borda do machucado, iniciando o processo de reconstrução da pele.

2ª- Em poucos minutos, uma proteína chamada fibrina, também existente no sangue, se acumula na região lesionada. Ela se mistura às plaquetas até estancar o sangramento. Com isso inicia-se a formação da casquinha, que nada mais é do que sangue coagulado misturado com a fibrina e as plaquetas. Especialistas aconselham que não é recomendável retirar a casquinha, o que pode atrasar o processo de cicatrização e ainda deixar a ferida aberta para entrada de microrganismos e assim, iniciar uma infecção.

3ª- Enquanto a casca endurece, o ferimento é invadido por outro componente do sangue: os glóbulos brancos, que destroem impurezas alojadas no machucado, como por exemplo as bactérias. O fluxo de sangue aumenta, gerando calor e dor. É a inflamação, que deixa uma borda vermelha ao redor da ferida.

4ª- Os glóbulos brancos “matam” a sujeira, mas deixam os restos por ali. Para fazer a limpeza surgem os macrófagos, um tipo de célula que “engole’ outras células mortas (incluindo as da pele machucada). O fluxo de sangue continua intenso e causa um leve inchaço.

5ª- A regeneração, que dura até duas semanas, é trabalho dos fibroblastos. Essas células são ricas em colágeno, que ajuda a “dar liga” à nova camada de pele que está se formando. O processo começa de cima para baixo. É por isso que, nesta fase, a casquinha começa a cair.

6ª- A parte regenerada nunca ficará igual a anterior. Às vezes, pode formar uma cicatriz, com tom de pele ou textura levemente diferentes do restante. É normal, pois o corte afetou o tecido epitelial antigo, que teve de ser refeito do zero. Lembrando que cada organismo reage de uma forma e por isso as cicatrizes são todas diferentes.

Maria Júlia Sieburth
CRBM 32331
– Especialista em Biologia Molecular, Imagenologia com ênfase em TC, Patologia Clínica, Anatomia e Patologia Associada
– Pós-graduada em Docência do Ensino Superior
mjsieburth@gmail.com

 

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