Quem nunca se perguntou o que causa o soluço, não é mesmo?
O soluço é um fenômeno que ocorre em resultado da contratura ou espasmo involuntário do diafragma, o músculo responsável pela inspiração e que separa o tórax do abdômen. Tal espasmo associa-se ao fechamento brusco da glote, órgão que impede a passagem de líquidos e elementos sólidos nas vias aéreas, principalmente durante a deglutição de alimentos.
Sua contração faz com que o ar não vá para os pulmões, mas sim para o estômago. Ao ser expulso pelo órgão, surge o barulho característico do soluço “hic”. Geralmente, o soluço é benigno, dura pouco tempo e não está relacionado a qualquer malefício. Nestes casos, ele é fruto da dilatação do estômago ao, por exemplo, comer demais. Essa distensão pressiona o diafragma, causando seus espasmos.
O aumento de volume do estômago ainda pode ser resultado da ingestão de muitas bebidas com gás, engolir ar quando masca chiclete ou fuma, falar enquanto se alimenta ou realizar refeições muito rápidas.
Outra causa comum é o refluxo gastroesofágico. A mucosa do esôfago fica irritada pelo refluxo dos líquidos/ ácidos do estômago. O nervo frênico, um dos que controlam o diafragma, passa justamente por essa região e, com isso, o músculo é estimulado, contrai, e causa soluço.
Outras causas incluem doenças neurológicas, no fígado, nos rins, uso de alguns medicamentos e até pós-operatório.
Existem algumas “receitas caseiras” para que o soluço pare, como por exemplo, prender a respiração e soltar o ar aos poucos. Esta manobra pode acabar com os soluços leves, pois ajuda a relaxar o diafragma e diminui os impulsos nervosos que desencadeiam os espasmos do músculo. Levar um susto também pode interromper o soluço, pois provoca uma descarga de adrenalina que tem efeito sobre o diafragma e sobre o nervo vago, que é também responsável pela inervação do músculo.
Contudo, soluços que persistem por mais de 48 horas precisam ser investigados. Se houver alguma doença associada, o tratamento é direcionado para a doença. Procure um médico clínico geral ou médico de família para uma investigação das possíveis causas.
Maria Júlia Sieburth
Biomédica – CRBM 32331
Especialista em Biologia Molecular, Imagenologia e Patologia Clínica
Docente em cursos Técnicos de Análises Clínicas, Estética e Radiologia
mjsieburth@gmail.com